Conforme mencionei no artigo Cromatografia gasosa, que as colunas cromatográficas são componentes essenciais e fundamentais na separação de componentes de uma amostra na técnica de cromatografia gasosa, hoje vim aqui apresentar um pouco mais sobre esta fase estacionária. Vamos explorar com mais detalhes o papel e os tipos de colunas utilizadas na cromatografia gasosa.
FUNÇÃO DA COLUNA CROMATOGRÁFICA
A coluna cromatográfica tem um papel muito importante e podemos falar um pouco sobre as principais funções que a coluna desempenha:
A separação dos componentes analisados: A primeira função que a coluna cromatográfica tem, e até mesmo é um requisito de escolha da coluna, é o poder de separação de componentes de uma amostra analisada. Estes componentes interagem de formas diferentes em relação a fase estacionária (coluna cromatográfica) e a fase móvel (gás inerte), resultando em diferentes tempos de retenção (separação de picos cromatográficos) ao longo do tempo total da corrida;
Interações da amostra com a coluna cromatográfica: Os componentes de uma amostra interagem de forma diferente dentro da coluna cromatográfica. Raramente uma amostra apresenta somente um componente, pois uma amostra apresenta ativo e excipiente, e estes componentes podem interferir nas interações físico químicas ou apresentar picos cromatográficos diferentes do padrão conhecido (SQR). Também temos interações diferentes entre amostra e coluna, quando falamos de tipos de colunas cromatográficas, pois temos revestimentos variados de coluna e podemos ter comportamentos variados. Outros tipos de interação podem estar relacionados a polaridade dos componentes da amostra, o tamanho molecular e a afinidade química. Componentes mais polares tendem a interagir mais fortemente com as colunas, o que resulta em maior tempo de retenção na corrida;
Mecanismos de separação: Quando a amostra é injetada na coluna cromatográfica, por ionização de chama (FID) ela sofre uma vaporização pela temperatura do injetor. Os componentes vaporizados se movem pela coluna cromatográfica, onde, por afinidade são retidos de forma diferente;
Eficiência de separação: Uma separação eficiente dos componentes da amostra depende de muitos fatores. Podemos começar citando a molécula alvo da separação, pesquisa sobre o peso molecular, tamanho, polaridade, função e muitas outras informações. Após pesquisa da molécula, procuraremos o coluna que mais se identifica com o tipo de composto da molécula, uma boa marca de coluna, qualidade, comprimento e diâmetro interno, temperatura do injetor, mas lembre-se, todos estes fatores devem fazer sentido em relação a amostra.
ESCOLHA DA COLUNA CROMATOGRÁFICA
A escolha adequada da coluna vai depender do tipo de composto que será analisado. Geralmente este processo de escolhe se dá no desenvolvimento de método analítico, sob uma grande pesquisa de colunas disponíveis na literatura e tipo molecular da amostra. Alguns aspectos importantes a considerar antes da escolha:
Tipo de recheio da coluna: Dependendo da natureza dos compostos analisados, podemos escolher diferentes tipos de recheio de coluna, sempre se atentando que, para compostos polares, devemos escolher colunas polares e para compostos apolares, devemos escolher colunas apolares;
Comprimento e diâmetro de coluna: Afetam diretamente na separação dos compostos e na resolução dos picos cromatográficos. Não posso sugerir um tipo ideal, pois é muito dependente do composto analisado;
Temperatura da coluna: Esta variável depende do composto analisado e deve ser ajustado para melhorar a resolução dos picos cromatográficos e tempo total de análise.
MANUTENÇÃO E TROCA DA COLUNA CROMATOGRÁFICA
A manutenção das colunas cromatográficas são essenciais para garantir resultados precisos, reprodutíveis e confiáveis das análises. Além dos cuidados rotineiros, que já vem especificados nos manuais dos fabricantes, precisamos ter todo o cuidado no manuseio e acondicionamento. Como Boas Práticas de Laboratório, sugiro a verificação periódica quanto à sua integridade e eficiência.
A troca da coluna deverá ser realizada assim que constatado algum problema de desempenho ou contaminação.
TIPOS DE COLUNAS CROMATOGRÁFICAS
Na cromatografia gasosa existem diferentes tipos de colunas cromatográficas, mas podemos coloca-las em dois grandes grupos, as colunas capilares (De parede fina) e as empacotadas (De parede grossa). Abaixo vou citar algumas das particularidades destes dois grandes tipos:
Colunas Capilares (De parede fina): São as mais comumente utilizadas em análises. Os principais benefícios são: Diâmetro interno estreito (Menor consumo de gás) e Alta eficiência e resolução;
Colunas recheadas ou empacotadas (De parede grossa): São utilizadas em aplicações específicas e podem ser de tubo de vidro ou metal. Apresentam menor eficiência de separação, mas tem maior capacidade de carga.
Todos os tipos de colunas cromatográficas tem o seu objetivo e sua função. A escolha delas é que vai lhe trazer o melhor benefício em suas análises.
Caso tenha alguma dúvida ou deseja contribuir com esta postagem, estou à disposição.
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